Venezuela, a fábrica de rainhas da beleza

Cerca de 5 mil candidatas para representar o país no concurso Miss Universo passam por meses de treinamento. A lista de atividades é impressionante: aulas de passarela, maquiagem, inglês e cultura geral; cinco horas de academia e ioga; consultas com nutricionistas, dermatologistas e dentistas; banhos de sol, mesoterapia, tratamentos com algas e, claro, visitas a cirurgiões plásticos.

Em julho deste ano, a venezuelana Dayana Mendoza ganhou o concurso de Miss Universo.
Com isso, o país de Hugo Chávez já conquistou cinco títulos de Miss Universo, cinco Miss Mundo e cinco Miss Internacional. AVenezuela só perde para o campeão Estados Unidos, que fez sete Miss Universo. Além disso, as venezuelanas estiveram 21 vezes entre as finalistas. Os concursos são febre nacional, a escolha da Miss Venezuela - e, depois, da Miss Universo - atinge por lá picos de audiência de 90% na tevê.
Há uma verdadeira usina de misses no país. As candidatas são selecionadas, esculpidas, lipoaspiradas e treinadas antes de pisar na passarela. O principal responsável é o cubano
Osmel de Sousa, que há mais de 20 anos escolhe quem irá representar o país no mais importante concurso de beleza do mundo. Para aperfeiçoar o sistema de seleção, Sousa lançou em 1988 o que veio a chamar de "casting popular": seus representantes viajam pelo país inteiro em busca de candidatas. O único pré-requisito para as jovens aspirantes é a altura - no mínimo, 1m70cm.
Cerca de 5 mil mulheres entre 17 e 22 anos participam anualmente do casting. Após uma pré-seleção, Sousa se fecha durante semanas para estudar os vídeos das candidatas, fase em que apenas 40 felizardas são escolhidas. O mais difícil, porém, ainda está por vir. As jovens fazem de três a seis meses de um treinamento extenuante, que vai das 7h às 23h. A lista de atividades é impressionante: aulas de passarela, maquiagem, inglês e cultura geral; cinco horas de academia e ioga; consultas com nutricionistas, dermatologistas e dentistas; banhos de sol, mesoterapia, tratamentos com algas e, claro, visitas a cirurgiões plásticos.
O esforço é tanto que, em julho, quando se elege a representante do país no Miss Mundo e são eliminadas 13 participantes, já foram investidos cerca de US$ 80 mil (R$ 128 mil) em cada candidata, sem contar os vestidos, os sapatos e as jóias.

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Série Temática Edição Absoluta/Beleza. COORDENAÇÃO E DESIGN: RICARDO MARTINS. Foto-topo: Jéssica Pulla, bellydancer, clicada por Toni Bassil.